sábado, 7 de fevereiro de 2009

actividade 3

O “eu” é a base de cada um. A frase “sem mim eu não seria absolutamente nada” é eterna, contudo parece ter um peso especial nos dias que correm, e isto muito devido ao peso das novas tecnologias, que exacerbam o egoísmo humano, convertendo-o em narcisismo. A razão do sucesso do filme, enquanto metodologia, realizado por jovens e para jovens na África do Sul, visando a prevenção da SIDA e o combate ao abuso sexual assenta nesta visibilidade “nossa” ou dos “nossos”. Sei-o também por experiência profissional, sou professor de Espanhol e as aulas mais participadas que tenho são aquelas que são mediadas pela câmara, anúncios de televisão ou episódios de telenovelas escritos, ensaiados e filmados pelos alunos, constituindo o visionamento das filmagens o final apoteótico. A imagem do aluno é um excelente recurso pedagógico.
Este narcisismo está patente também na jovem emigrante capaz de dar a vida pelo seu telemóvel, autêntica extensão de si própria. O telemóvel é uma ferramenta que de forma subtil e através do pretexto da comunicabilidade prende os movimentos e cerceia a liberdade dos mais incautos porque os convence de que são o centro do seu mundo de relações, daí a necessidade de estar contactável ou a obrigatoriedade do outro o estar.
A facilidade de nos publicarmos, com maior ou menor grau de intimidade, propiciada por utensílios como os blogs ou os sites sociais transforma, também, o mundo da internet numa grande discussão global, daquelas em que apenas nos queremos fazer ouvir. Se navegarmos ao acaso no blogger verificamos que se posta muito mais do que se comenta. Queremos que nos dêem atenção mas não a temos para dar, ou não queremos.
Devemos acautelar-nos pois uma multidão de narcisistas só se revê num megalómano.

http://www.lakewoodconferences.com/

actividade 2


A construção colectiva do glossário relativo à cultura digital levantou-me principalmente questões de ordem linguística. Dúvida imediata que se levantou à maior parte dos colegas, eu incluído, foi a de se se devia traduzir as entradas ou não. Uma perspectiva purista da língua defenderia que sim, contudo, como sabemos, as línguas são vivas e estão em constante mutação, acompanhando o mundo a par e passo. Não se coloca aqui a questão da tradução ser fácil ou viável, mas a necessidade do código linguístico acompanhar novos hábitos laborais e culturais, pois as línguas fazem-nas toda a gente e não apenas os autores dos dicionários e das gramáticas, documentos de referência e de estudo, verosímeis, mas não verídicos. E verídica é, por exemplo, a frase “carrega no delete”, discurso em que a palavra é usada com propriedade e com um significado português, “botão associado à função de apagar presente nos teclados e ecrãs dos computadores” e não “apagar”, primeiro significado da palavra na língua inglesa. A partir do momento em que as palavras entram nas nossas frases sem que as estranhemos passam a fazer parte da nossa língua. Olhando para o glossário e partindo desta premissa é visível a diferença, por exemplo, entre “blog”, “password” ou “pc” e “personalization”, “photo-sharing services” ou “civic activism online”.
(imagem retirada de www.jblog.com.br)

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

perspectivas


Escolhi para um breve comentário o texto de Maritza Dias lançado no fórum da actividade no dia 24 de Outubro às 19h37.
Gostei muito deste texto porque chama atenção para aquilo que de facto a tecnologia digital pode representar na escola, uma ferramenta, não uma panaceia para todos os males. Diga-se que ser ferramenta não é pouco se for, como diz Maritza Dias, utilizada adequadamente, com o fim de procurar “aprendizagens significativas”. Da mesma forma que um alicate não é o meio mais engenhoso para pregar, as novas tecnologias requerem usos adequados às suas potencialidades e não uma roupagem nova para antigos procedimentos, muitas vezes permitidos e incitados involuntariamente pelos docentes de ontem e de hoje (passando, por exemplo, da cópia manuscrita para o aerodinâmico “copy paste”).
Contudo, pela argumentação tecida ao longo do texto, não compreendo, para além de não estar de acordo, com o parágrafo final, no qual se põem ao mesmo nível de importância os saberes informático e disciplinar. Sem matéria prima não há ferramenta que valha.

(imagem retirada de www.clientes.netvisao.pt)

domingo, 1 de fevereiro de 2009

actividade 1

Todo o texto tem um ponto de vista e obedece a estratégias que podem ser da mais diversa índole. É certo que os textos que assentam em estratégias ténues ou subtis podem ser acusados de ineficazes, mas quando um texto é demasiadamente faccioso dá a sensação de que o seu autor está a tentar convencer quem já está convencido. Estes posicionamentos fazem lembrar as perguntas que os deputados dos partidos que suportam os governos fazem aos governantes, pelo menos na nossa encantadora república.
Vem isto à baila a propósito dos textos de Marc Prensky sobre o que é um “nativo digital” e as implicações desta nova realidade no ensino. Assumo-me claramente como um imigrante digital, clandestino até, constato quotidianamente o atraso que tenho no manuseamento das ferramentas digitais, mas sei também que é de ferramentas que falamos e que estas podem ser úteis ou não em função da matéria prima que se pretenda trabalhar.

sábado, 31 de janeiro de 2009

preâmbulo

Um conceito fundamental nestas andanças do trabalho à distância é o conceito de “timing”. Vivemos várias vidas em simultâneo e ao longo de cada um dos nossos dias há várias intersecções entre elas, intersecções que são os momentos ideais para participar num fórum ou, para fazer uma postagem, por exemplo. É assim, e por ser esta uma aprendizagem em que assumo alguma dificuldade, a de ser implacável com as intersecções, que só agora começo a postar. Para não tornar o blog um deserto de palavras, postarei uma ou outra imagem directa ou não obviamente relacionadas com os temas abordados, pois vivemos várias vidas em simultâneo e respeitarei os “timings” das associações de ideias.

detrolhaaengenheiro.wordpress.com/2007/09/